(Foto: Joana França)

Projeto brasileiro é o vencedor do 4º Prêmio Oscar Niemeyer

Dentre os 20 finalistas da premiação latino-americana, o Casarão da Inovação Cassina, assinado pelo escritório Laurent Troost (Implurb), destaca-se como proeminente obra desta edição!

O Prêmio Oscar Niemeyer acaba de revelar o grande vencedor de sua quarta edição: trata-se do Casarão da Inovação Cassina, localizado no centro de Manaus (AM). A obra é de autoria do escritório Laurent Troost (Implurb), que competiu, nesta última fase do certame, com mais 19 obras latino-americanas finalistas – ora, concedido bienalmente, o Prêmio ON é uma iniciativa da Rede Bienal da Arquitetura da América Latina (REDBAAL) e possui endosso da Fundação Oscar Niemeyer, com o objetivo de destacar, a cada edição, o melhor da produção arquitetônica latino-americana no contexto internacional.

Além do primeiro colocado, ainda ocupam segundo e terceiros lugares, respectivamente, a Torre Avancer, do Manuel Cervantes Estudio + Estudio Macías Peredo Arquitectos, e o Estudio Inturbide, assinado pelo Taller Mauricio Rocha + <Gabriela Carillo, ambas as obras no México. É válido citar que, dentre os 20 classificados finalistas, esteve ainda o brasileiro Bloco Arquitetos, com a Casa Cavalcante.

1º Lugar

Laurent Troost (Implurb): Casarão da Inovação Cassina, Manaus, AM
[Matéria completa na PROJETO]

(Foto: Joana França)

 

O vencedor da edição foi inaugurado em novembro de 2020 como coworking voltado a profissionais liberais e empresas de economia criativa, fruto da bem-sucedida conclusão da direção de Laurent Troost do Instituto de Planejamento Urbano da Prefeitura de Manaus (Implurb), iniciada em janeiro de 2013 e terminada em dezembro daquele ano. Ao todo, foram sete anos desde o início do projeto até a conclusão de um trabalho que envolveu competências diversas: arquitetura, restauro, economia, urbanismo.

Trata-se de uma revitalização com acréscimo de área – em altura – de um imóvel de interesse histórico, baseada em premissas não tradicionais de preservação do patrimônio. O conceito norteador do projeto foi manter, simbolicamente, as marcas do estado de ruína da construção, evocativo da paisagem tropical do Amazonas. A vegetação que havia se infiltrado espontaneamente nos interiores – “árvores despontando em altura e saindo pelas janelas”, rememora Troost – acabou se transformando no mote do projeto, cuja lógica de ocupação é a da inserção de um novo volume dentro da construção existente. “Preservar a ruína era ideia potente para nós” assinala o arquiteto, referindo-se à imagem urbana do casarão abandonado e também àquela da floresta.

Nos projetos anteriores para a recuperação do imóvel chegou-se a aprovar a inserção de três novos pavimentos, mas no Cassina o acréscimo foi de um novo pavimento apenas, mantendo-se a altura do antigo telhado de barro. Como nas demais versões de projetos para o imóvel, o último pavimento acolhe um restaurante com vista para os pontos históricos de Manaus. Vedado com vidro, o restaurante é recuado da fachada e coberto com laje plana de concreto e forro de madeira ripada. São amplos os beirais e o ar transpassa a cobertura através de pequenas aberturas realizadas no vigamento, colaborando para o bom desempenho acústico.

 

2º Lugar

Manuel Cervantes Estudio + Estudio Macías Peredo Arquitectos: Torre Avancer, San Lius Potosí, México

(Foto: Rafael Gamo e Cesar Bejar Studio)

 

3º Lugar

Taller Mauricio Rocha + <Gabriela Carillo: Estudio Inturbide, Cidade do México, México

(Foto: Rafael Gamo)

 

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